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Amanhã chegou e Deltarune se prova como uma grande potência dos jogos independentes

  • Foto do escritor: Fefe Urresti
    Fefe Urresti
  • 2 de jul.
  • 9 min de leitura

Vindo direto da sua casa, o primeiro, o único rei, ele é ESTILOSO e NUNCA meloso, você não consegue isso de um OVO! Na sua tela a emoção certa, que te deixará de boca aberta. Repitam com ele: Capítulos 3 e 4 de Deltarune! (tradução inspirada neste vídeo: https://x.com/TiwCozz/status/1935478274282357163?t=z-pTQNPG9yBZw7VbqJUHXA)


Mas Fefe, o que diacho é Deltarune?

Se você não anda por dentro do mundo dos games independentes, talvez Deltarune ainda não tenha chegado em você, mas existe uma chance de você ter ouvido falar de Undertale. De qualquer maneira, vou contar brevemente a história de ambos os jogos.


Muitos anos atrás, um moço com avatar de cachorro branco chamado Toby Fox, teve um sonho do final de um grande RPG. No entanto, como ainda não tinha muita experiência com desenvolvimento de video games, fez primeiro Undertale. Lançado em 2015, contou com a ajuda da maravilhosa artista Temmie Chang, que cuidou de praticamente toda a direção de arte do jogo. Nos créditos vemos alguns nomes diferentes aqui e ali, mas em geral Fox fez a maior parte do trabalho sozinho no GameMaker com fita durex e cola branca. Só não digo que foi o orçamento de uma coxinha porque a campanha no Kickstarter fez tanto sucesso que ultrapassou a meta original de 5 mil dólares, conseguindo 10 vezes este valor.


Undertale foi um grande hit na internet e até hoje, quase 10 anos desde seu lançamento, possui um fandom bem ativo. O sucesso do jogo está muito atrelado não apenas à trilha sonora espetacular (composta e produzida pelo próprio Toby Fox), mas principalmente à escrita do jogo. Os personagens são muito caricatos, engraçados e interessantes, com uma profundidade imensa que faz qualquer jogador se encantar com eles e realmente sentir que são seus amigos. A maneira que a história é contada está muito interligado ao meio, Fox se aproveita muito da linguagem dos video games para construir o enredo e as piadas. É uma belíssima celebração da linguagem e um dos jogos favoritos de muitas pessoas, eu inclusa. Se ainda não jogou, recomendo fortemente, é baratinho na Steam!


Trailer de Undertale!

3 anos depois, Toby Fox lançou um "programa de pesquisa" gratuito para pessoas que já haviam jogado Undertale baixarem, o que logo em seguida descobriram que se tratava do primeiro capítulo de Deltarune, uma história paralela. De fato, se você nunca jogou Undertale você acompanha muito bem a história de Deltarune, mas você acaba perdendo algumas referências, especialmente de certos personagens da cidade. De qualquer maneira, este é um mundo novo com uma lógica diferente. A única semelhança é que você continua sendo o único humano na história, convivendo com uma diversidade de monstros.


Desde o primeiro capítulo, é muito interessante como o jogo rompe totalmente com Undertale, que possui diversos finais dependendo de se você usa misericórdia ou violência com os monstros que você encontra. Deltarune deixa muito claro que suas escolhas não importam, você não decide quem você é neste mundo. Você controla Kris, um adolescente que vai para a escola e precisa fazer um projeto com a bully da sala, Susie. Quando vocês vão atrás de mais giz de lousa para a professora, vocês entram em uma sala muito escura, e caem no Dark World (Mundo Escuro). Lá, vocês conhecem o príncipe Ralsei, o terceiro membro do seu grupo, que conta de uma profecia que três heróis salvariam o mundo da completa destruição quando o equilíbrio entre a luz e a escuridão for quebrado, vulgo a lenda de Delta Rune.


Mais uma vez, Toby Fox nos encanta com sua escrita e suas músicas. Desta vez a mecânica de combate ganha um upgrade, com a adição de mais membros para a sua party, e a cada inimigo trazendo novidades, o esquema de bullet hell nunca perde a graça. Com uma equipe de desenvolvimento bem maior, o jogo está muito polido e visualmente deslumbrante, sem perder o charme de um projeto de baixo orçamento. A cada lançamento de capítulo fico surpreendida e extremamente impressionada. O salto entre o primeiro e o segundo capítulo (com um intervalo de 3 anos) foi gigantesco e realmente fundamentou o quão grandioso Deltarune será. Agora, após mais 3 anos, chegamos na metade da história, e eu fiquei completamente sem chão, embasbacada e mais uma expressão que não vou dizer para manter o blog family friendly.


Antes de eu entrar em território de spoiler, caso você queira jogar, você pode jogar o primeiro e o segundo capítulo gratuitamente com a demo, e comprar os outros capítulos, disponíveis na Steam, para Nintendo Switch e Switch 2, PS4 e PS5. Toby Fox já anunciou que esta será a única compra, os três capítulos restantes serão lançados como DLC gratuitamente.


eu sei que eu já mostrei o trailer em outra edição, mas assistam de novo ele é muito lindo

Falando sobre os novos capítulos

Depois de 3 anos extremamente ansiosa para a continuação da história, ainda mais com o final do capítulo 2 em que Kris abre uma nova fonte, eu comprei o jogo sem nem olhar para o preço, abri ele e já estava me tremendo todinha, arrepiada. Eu nem estava acreditando que era real.


Logo de cara o capítulo 3 começando em um novo Dark World, foi interessante Ralsei confirmar o que os jogadores já especulavam sobre a origem destes mundos que estão tão ligados a onde as fontes são criadas, ainda com uma pitada de lore da Susie. Depois de um momento tão tenso, vem a grande abertura do Tenna e socorro. Meu queixo caiu, eu queria berrar, mas palavras não saiam da minha boca, eu tive o mesmo choque que qualquer pessoa tem quando vê o Photoshop/Omega Flowey pela primeira vez em Undertale. Toby Fox, você conseguiu de novo.


Em geral, este foi um capítulo muito divertido e engraçado, apesar de me preocupar um pouco a volta do tema recorrente de divórcio e problemas de abandono (Toby Fox você está bem?). Para mim, o fato do Roulxs Kaard ser bissexual e poligâmico me pegou de surpresa e me deixou muito feliz, ele interagindo com o casal Elnina e Lanino foi engraçado e muito saboroso. A aparição especial do Spamton também foi espetacular, ele é um dos meus personagens favoritos do jogo e o fato de continuarem mencionando-o me deu um quentinho, mesmo que seja só para falar mal dele.


A mecânica dos minijogos foi sensacional. Eu apanhei muito a primeira vez com o minijogo de cozinha, mas eu lacrei demais com o jogo de ritmo (inclusive, comemorei demais quando ele apareceu no Castle Town do capítulo 4, mas já chegamos lá). Depois quando o capítulo fica frenético, junto com a luta com o Tenna que vira basicamente um WarioWare foi muito bem elaborado e deu uma cara nova pro jogo.


Infelizmente não consegui o S-rank na primeira vez jogando (atualmente estou jogando no meu arquivo da Weird Route e eu consegui), então logo de cara eu não consegui encontrar o boss secreto do capítulo. Mas, ainda no primeiro dia, meu namorado, que estava acompanhando parte do meu gameplay, me ajudou a achar o ovo do capítulo. Tivemos ajuda de um vídeo que tinha saído a menos de uma hora do YouTube (a este ponto tinham se passado umas 11 horas depois do lançamento do jogo) e eu não teria conseguido sozinha, ia ficar um tempão procurando alguma sala que a música resetasse igual nos capítulos anteriores. Eu adorei que recebemos mais informações sobre o homem que está atrás da árvore e sua relação com Kris, mesmo que de maneira muito críptica.


Depois de toda a diversão durante o capítulo, o final me deixou no chão. Não esperava que o Roaring Knight fosse aparecer tão cedo. Apesar do susto e ter morrido no segundo turno, fiquei obcecada com o design e com a música. Achei meio gender, queria eu ser uma criatura das trevas andrógina extremamente poderosa. A aparição da Undyne me deixou tão contente, felicidade esta que durou 5 segundos pois foi sequestrada e levada para o bunker (que na verdade o nome oficial é abrigo, mas eu vou continuar chamando de bunker). Eu fiquei sem reação, calada por uns 5 minutos só processando. Eu terminei de jogar por volta da 1 da manhã, só consegui ir dormir perto das 3 porque meu cérebro estava a mil. O bagulho ficou muito sério muito rápido.


Já me adiantando um pouco, eu não vou elaborar sobre a Weird Route (também conhecida como a rota Snowgrave), pois, no momento em que escrevo, eu ainda estou tentando vencer do Roaring Knight neste arquivo, e a maior parte das mudanças estão presentes no capítulo 4. No entanto, tem algumas mudanças de diálogo, como Ralsei falando que não é uma boa ideia Kris levar a Noelle para o festival, o que foi bem fora do personagem, e Susie, depois que você luta contra o boss secreto do capítulo, menciona Berdly e Kris demonstra nervosismo. Já estou morrendo de medo de como a rota vai prosseguir no próximo capítulo.


Falando no capítulo 4, que glow up. Não apenas em questões visuais, mas também na trilha. Inclusive, foi só o que eu ouvi neste último mês. Tudo neste capítulo é lindíssimo. Realmente Toby Fox conseguiu uma equipe que trouxesse à tona o melhor de sua visão.


Depois de um final tenso para o capítulo 3, o começo mais descontraído do 4 foi um grande respiro. A sequência da missa deu um quentinho no coração, voltar para a Castle Town foi divertidíssimo e explorar a cidade com a Susie novamente foi como voltar para casa. A cena do restaurante me fez apreciar ainda mais Susie e sua amizade com Kris, o que eles têm é muito bonito (mesmo que o jogador não permita que seja uma relação 100% honesta).


O extra da batalha do Mike foi realmente algo único e especial. Uma pena que bem no dia em que cheguei nela eu estava com a garganta doendo horrores e não conseguindo falar direito, não consegui aproveitá-la do jeito que Fox queria. Até tentei deixar meu namorado em viva-voz, mas isso se demonstrou não muito efetivo, eu só ganhei usando o mouse mesmo, mas foi muito legal mesmo assim. Descobrir onde Pluey foi implementado depois de tantos meses de especulações e memes foi divertido.


Conhecer a casa de Noelle foi realmente uma aventura por si só. Eu só queria ver o meu ship se desenvolver, mas Kris tinha outros planos para mim. Era realmente a Carol com quem elu estava falando no telefone? Apesar de passar raiva, depois de ver vídeos no YouTube de Kris tocando várias músicas no piano por 10 minutos seguidos me fez voltar a ter dó delu. Como que viemos parar nesta situação? Como que Kris vai se libertar de nós?


O Dark World deste capítulo ser na igreja da cidade não surpreendeu (apesar de eu não entender 100% a lógica por trás desta especulação dos fãs), e realmente Deltarune entregou tudo. A nova música de batalha se adequando ao ambiente, a mecânica do som no escuro, tudo perfeito, absolute gaming (mãozinhas do Martin Scorcese para o alto). Como fã de Undertale, a volta do Gerson me deixou muito contente e as referências à Undyne e ao leitmotiv da justiça me fez dar pulinhos. Foi um boss secreto bem mais fácil de encontrar, apanhei bastante, mas me diverti demais. Só o ovo que mosquei e esqueci de ir atrás, fiquei muito envolvida com o desenrolar da história.


Saber mais sobre a profecia deu um novo peso para a história, e mais uma vez o jogo tenta nos lembrar de que nossas escolhas não importam, a conclusão será a mesma. No entanto, está sendo muito bonito de ver o desenvolvimento de personagem da Susie, que começou sendo apenas uma personagem agressiva e indiferente para uma heroína que cuida e quer garantir o melhor resultado. Tanto o terceiro quanto o quarto capítulo de Deltarune mostram que talvez a protagonista da história seja ela.


Da mesma maneira que não aguardava a aparição do Roaring Knight tão cedo na história, meu queixo foi até o chão quando ele abriu uma fonte dentro da fonte e um Titã apareceu. Tremi na base real. Foi uma batalha épica (morri umas 2 vezes até conseguir vencer), e a cena logo após foi realmente um tiro no coração ver Susie sangrando (então monstros sangram?????????? Sans???????).


Fechamos a fonte, voltamos para a cidade, está chovendo. Aqui é o lugar que chove. A música começa a tocar e eu me arrepiei inteirinho. O YouTube me recomendou este vídeo e sinceramente não tem maneira melhor de descrever o que eu senti.


Para finalizar o capítulo, depois de momentos extremamente tensos, me deparo com SANS dançando com TORIEL bebendo VINHO em casa. Eu não acredito que ele realmente "fez amizade com minha mãe" socorro.


Impressões gerais e o que esperar

Eu amei demais estes capítulos. Toby Fox continua sendo um gênio da escrita, e a história está encaminhando para um lugar interessante. É muito bizarro pensar que agora passamos da metade.


Para não dizer que está tudo perfeito, confesso que não sou fã de quão tenso que o capítulo 4 foi. Eu senti que a energia pesou demais e eu joguei o capítulo inteiro com uma sensação de angústia. Acho que ficou sério rápido demais.


A pouco tempo atrás eu vi a review do Noodle e eu compartilho muito da preocupação dele com o que vem aí. Deltarune está sendo lançado a quase 7 anos, se for demorar mais 7, o final tem que valer muito a pena. Grandes perguntas estão sendo feitas e estas respostas têm de ser satisfatórias. Mas eu confio no cachorro branco.


Um mês se passou e sinto que a obsessão não irá passar tão cedo, pelo menos capítulo 5 está prometido para 2026. Só não sei quando que vou voltar a ser um ser humano normal e pensar em outras coisas (exagero meu, já tenho ideias de assunto para a próxima edição do blog).


2 comentários


ledelboux
02 de jul.

eu fico me perguntando se os ovos vão ter um propósito final (gaster final boss KKKKKKK), pq conhecendo o toby, acho bem difícil ser só um easter egg. como vc mencionou, anos construíndo essa história tem que valer a pena

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ledelboux
02 de jul.

quando deltarune acabar eu não sei o que farei da minha vida..

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