top of page

E os indicados ao Emmy 2025 são...

  • Foto do escritor: Fefe Urresti
    Fefe Urresti
  • 7 de ago.
  • 12 min de leitura

Bom dia, boa tarde, boa noite!


Julho foi um dos meses mais cheios e corridos que eu tive até agora no ano, eu assisti muitas coisas e queria discutir muitas coisas. Até pessoas me pediram para eu comentar sobre Kpop Demon Hunters vs. Elio (ainda mais que no meu círculo de amizade só eu e meu namorado que assistimos pelo jeito), e também comentar do Superman, mas sinceramente estes foram assuntos já muito discutidos e eu concordo com a opinião geral. Se quiserem leiam minhas reviews breves do Letterboxd (assisti outros filmes interessantes este mês! Darei destaque para NeZha (2019) que provavelmente vai virar assunto no blog em uma edição futura).


Neste último mês foram anunciados os indicados ao Emmy 2025 e faz algum tempo que eu não comento sobre séries aqui no blog, então vou fazer um apanhado das séries indicadas que eu assisti.


A série que vai garantir o Apple TV sweep

Severance (Ruptura) este ano lidera o número de indicações em 27 categorias. Eu já falei sobre a série quando a segunda temporada foi lançada então já está bem claro para quem minha torcida vai.


Fiquei muito contente que todo o elenco principal foi indicado em suas respectivas categorias, só fico triste que vai rolar competição na categoria de Melhor Ator Coadjuvante de Drama, mas estou torcendo para o Tramell Tilman (Milchick). Meus dois episódios favoritos foram indicados a Melhor Direção (Chickhai Bardo e Cold Harbor) e o season finale também foi indicado a Melhor Roteiro.


Não vou ficar comentando sobre todas as categorias técnicas, mas faço uma menção honrosa para a indicação de Melhor Abertura, que para esta temporada continuou fenomenal e estou torcendo para que ganhe de novo este ano.


Teaser da segunda temporada de Ruptura

A outra série de drama que eu assisti

Eu não tenho tanto costume de assistir séries de drama, mas The Last of Us, da HBO Max, realmente me cativou. Ela me marcou muito em 2023, que coincidiu com a produção do nosso curta Pitica e o Sanduíche Perfeito e nos inspirou bastante, então esta nova temporada foi nostálgica para mim neste sentido.


Pedro Pascal fez muita falta, mas Bella Ramsey é uma força da natureza mesmo. Uma pena que foram poucos atores que foram indicados, pois este é um elenco de peso. Não só o elenco, mas uma produção de peso. Não acho que vá ganhar tantos prêmios, minha torcida estará dedicada 100% a Ruptura, mas qualquer vitória é merecida aqui.


Trailer da segunda temporada de The Last of Us

A única minissérie que vi este ano

Adolescência é de arrepiar. Quem ainda não viu, esta é a sua hora. Super curta, uma maratona de 4 horas que vai mexer muito com você.


Tecnicamente falando é impecável, todos os atores brilharam, especialmente o menino Owen Cooper e Erin Doherty, que fez a terapeuta, e o take único é realmente muito impressionante. O assunto é pesado e forte, mas é uma reflexão muito importante sobre como as redes sociais estão nos influenciando. No fim do dia, todo cuidado é pouco quando se trata de radicalização e a polarização.


Trailer de Adolescência, mas que não mostra quão bem funciona o take único

Agora sim a categoria que eu assisti todos os indicados, menos um

Na categoria de Comédia, a única série que passou batida foi What We Do In The Shadows, da FX. Dos outros concorrentes, o mais fraco e que, na minha opinião, tem zero chance de vencer é Nobody Wants This, da Netflix.


Em geral é uma boa comédia romântica para passar o tempo. A personagem da Kristen Bell, que apresenta um podcast de conselhos amorosos e sexuais com sua irmã, tem muitas dificuldades em ter um relacionamento romântico saudável e em geral uma pessoa não tão agradável de se conviver. Tudo isso muda quando ela conhece o personagem do Adam Brody, um rabino jovem super querido, e os dois se apaixonam um pelo outro, inspirando-a a se tornar uma pessoa melhor e mais resolvida. Eu não sou muito fã da Bell e eu adoro o Brody, mas socorro, eles têm MUITA química. Fazia muito tempo que eu não assistia uma comédia romântica e este é um casal que te faz acreditar no amor.


Foi uma série bem feita em geral, a única problemática em volta dela é sobre a representação de mulheres judias. O maior antagonista do casal é a família do rabino, que não apenas preferiam que ele se relacionasse com uma mulher da mesma religião, mas preferem a ex-namorada que estava prestes a ser noiva. A mãe e a cunhada do personagem de Brody são super rígidas e autoritárias, enquanto o pai e o irmão são muito tranquilos e estão mais de boa com o relacionamento deles. Eu não faço parte do judaísmo, mesmo assim fiquei incomodada com os estereótipos que a autora Erin Foster (que não é judia) retratou, de maneira até misógina em alguns momentos.


Me chama atenção o fato que de, entre as categorias principais, a série só foi indicada a Melhor Série de Comédia, Melhor Atriz e Melhor Ator. Não conferi as categorias técnicas, mas acho improvável ter recebido muitas indicações. Acho que este ano só uma série da Netflix está garantida (logo chego lá).


Trailer de Nobody Wants This

O The Office escolar que aquece o coração

Abbott Elementary, da ABC, é um candidato que tem marcado presença a vários anos no Emmy. Para quem não conhece, é uma sitcom sobre uma escola pública na Filadélfia, com professores muito queridos e uma diretora bem pirada. Um dos atores principais é Tyler James Williams, que fez Chris de Todo Mundo Odeia o Chris!


Confesso que assisti apenas quatro episódios da temporada que está concorrendo até o momento em que escrevo, pois por algum motivo a série demora um tempão para chegar no streaming brasileiro, e aí a gente acaba esquecendo. Mas é uma série de tom bem leve, bem engraçada e traz reflexões importantes sobre a educação. Este ano apenas as atrizes receberam indicações (Quinta Bruson como Melhor Atriz e Melhor Roteiro, Janelle James e Sheryl Lee Ralph como Melhor Atriz Coadjuvante), mas todas fazem personagens incríveis e ficarei muito feliz com alguma vitória delas.


Trailer da quarta temporada de Abbott Elementary

A série de "comédia" mais polêmica da temporada de 2025

The Bear, da FX, deveria estar nesta categoria mesmo? Para as duas primeiras temporadas até fazia sentido, pois os absurdos que aconteciam naquela cozinha e com a família Berzatto eram tão desesperadores que a única opção que restava era rir. Mas com a terceira e a quarta temporada, que foram tão mais tranquilas e menos caóticas, é mais difícil colocar nesta caixa.


Elaborando sobre a terceira temporada, que é a que está concorrendo para esta edição do Emmy, apesar de muita gente não ter gostado, eu curti bastante. Foi uma temporada de experimentação tanto do restaurante The Bear recém-inaugurado quanto da linguagem da série. Na época eu estava reassistindo a série desde o começo, e depois do final super tenso da segunda temporada, o respiro que a terceira dá faz sentido.


Eu amo o episódio Napkins, um flashback sobre como a Tina foi parar no The Beef (inclusive é o episódio indicado a melhor direção, pela diva Ayo Edebiri). Assisti todas as atrizes concorrendo a Melhor Atriz Coadjuvante, todas incríveis, mas este foi o ano da Liza Colón-Zayas, quem interpreta a Tina, se ela não ganhar vai estar errado, ela realmente cresceu na série. Eu também amo o episódio Ice Chips, que a Sugar tem o bebê. A escrita é impressionante, a jornada que ela e a mãe fazem dentro do tempo do episódio é muito bonita de ver. Em geral, uma coisa que a série nunca erra é com a edição. Ou era o que eu pensava.


Comentando um pouco da quarta temporada que foi a mais recente, tiveram alguns episódios que eu estranhei a montagem. Na terceira já fiquei incomodada com a série se adequando com o esquema de quebra de comercial do Disney+, mas em geral foram cortes que faziam sentido. Nesta temporada teve um ou dois episódios que eu não vou lembrar quais foram que, credo, ficaram bem ruins. Fora isso, foi uma temporada sólida, mas mais morna do que a terceira. Houveram mais avanços de plot, mas acho que a temporada anterior colocou minhas expectativas muito no alto. O último episódio foi interessante, apesar que eu tentaria fazer dele um take único, infelizmente o final me deixa desesperançosa. Espero que a quinta temporada seja a última, mesmo que eu amar muito a série.


Trailer da terceira temporada de The Bear

Falando em gente que precisava de terapia

Shrinking (ou Falando a Real), é um dos representantes da Apple TV na categoria de comédia. É uma série também muito quentinha e bom humor sobre Jimmy (interpretado por Jason Segel, indicado a Melhor Ator), um terapeuta muito não convencional lidando com o luto de sua esposa e mãe de sua filha adolescente. Ela tem um elenco espetacular, entre os outros indicados estão O Harrison Ford (Paul, o terapeuta dono da clínica) e Michael Urie (Brian, o melhor amigo do Jimmy), ambos na categoria de Melhor Ator Coadjuvante, e Jessica Williams (Gaby, a outra terapeuta da clínica e muito diva) concorrendo a Melhor Atriz Coadjuvante. Uma pena que não rolaram mais indicações para o restante do elenco.


A segunda temporada foi um grande avanço em relação a primeira. Todos os personagens passam por arcos bem intensos, mas conseguem sair mais fortes. Apesar de não ser tecnicamente impressionante, o que pega são os personagens, que parecem pessoas reais tentando viver a vida do melhor jeito. É bem inspiradora, e o Harrison Ford é muito engraçado.


Trailer da segunda temporada de Shrinking

E como estão os idosos detetives?

Only Murders In the Building, da Hulu, mais uma vez entrega tudo na quarta temporada, homenageando os cinéfilos de plantão. Este ano foram menos indicações em relação a ano passado (que realmente a terceira temporada foi a melhor até agora), foi uma pena que apenas Martin Short foi indicado a Melhor Ator. Para quem não conhece, o conceito da série são 3 vizinhos (os senhores Charles, interpretado pelo Steve Martin, e Oliver, o personagem de Martin Short, com a millenial Mabel, interpretada pela Selena Gomez) que se aproximam por seu gosto por podcast de true crime e criam o próprio podcast para resolver os assassinatos que acontecem no prédio (por isso o título da série). Apesar de ser de mistério, é uma série de muito bom humor e ótima para ver em família.


Entrando em território de spoiler leve (favor pular para a próxima parte se você não tiver assistido pelo menos até a temporada anterior), apesar de ter sido menos empolgante quanto a terceira temporada, a quarta foi muito especial. Um dia estava ouvindo a trilha sonora, buscando inspiração para a trilha do Ato Final, me caiu a ficha sobre o que tornou esta temporada tão diferente das outras. Não foi a viagem para Los Angeles, nem os vizinhos excêntricos do bloco oeste do prédio, foi a vítima desta temporada, Sazz.


As vítimas das outras temporadas foram pessoas em geral detestáveis, que vários suspeitos teriam motivos para cometer assassinato e apenas ao longo da investigação que o expectador cria empatia pela vítima. Desta vez, nós conhecemos bastante a Sazz durante três anos. Ela era muita pessoa muito querida, o que aconteceu com ela foi revoltante. Você sente o carinho que os protagonistas têm por ela através de seu leitmotiv. Então o que gera interesse não é apenas o mistério, e sim nosso senso de justiça.


Isso me causa uma leve preocupação para a próxima temporada. Já sabemos que a próxima vítima foi o porteiro do prédio, um outro querido, mas alguém que não temos o mesmo carinho quanto tínhamos pela Sazz. A mesma fórmula não vai dar certo, é necessária uma nova abordagem. Estarei no aguardo ansiosamente, pelo menos nunca falharam em criar um mistério bem amarrado.


Teaser da quarta temporada de Only Murders In The Building

Produtores adoram falar deles mesmos

The Studio, a outra série de comédia representando a Apple TV com o recorde de 23 indicações e a que devorei este mês, conta a história de Matt Remick (interpretado pelo indicado a Melhor Ator Seth Rogen), que é promovido para chefe de um estúdio gigante, e cada episódio acompanhamos as suas trapalhadas e desafios produzindo tanto blockbusters sem alma quanto filmes mais artísticos. Em certos momentos, como alguém que trabalha com produção, me identifiquei com alguns dos dilemas do protagonista (em uma escala muito menor, obviamente), e acho que por essa identificação de várias funções conseguiu tudo isso de indicações.


Além de ser engraçada, ela traz reflexões interessantes sobre o estado atual de Hollywood (apesar de em nenhum momento entrar nas questões políticas que afetam a indústria). É curioso como a maior parte do tempo ela aborda sobre a ganância e as pessoas por trás dos filmes bilionários com uma linguagem artística. As influências de The Bear são bem evidentes, e funcionam muito bem com esta história.


O episódio The Promotion foi o indicado a Melhor Roteiro, e realmente é um baita piloto para a série. Ele introduz muito bem todos os personagens principais (Sal, produtor executivo interpretado pelo indicado a Melhor Ator Coadjuvante Ike Barinholtz, Maya, a chefe de marketing interpretada pela indicada a Melhor Atriz Coadjuvante Kathryn Hahn, Quinn, produtora criativa interpretada pela Chase Sui Wonders, e Patty, interpretada pela também indicada a Melhor Atriz Coadjuvante Catherine O'Hara) e consegue dar um gancho fortíssimo para o resto da série. Os atores convidados dominaram a categoria, e a minha torcida vai para o melhor ator convidado deste episódio: Martin Scorcese. Ele estava sensacional e muito engraçado. Eu dei muita risada com as caras dele, quando fui mostrar pro meu namorado, ele ficou com muita dó com o que acontece com o diretor, e isso só mostra alcance. Se ele não ganhar eu vou ficar muito triste.


O melhor episódio foi indicado a Melhor Direção, The Oner, que realmente é de tirar o fôlego (tal qual certos dois episódios de The Bear com a mesma técnica de take único). Muito bem amarrado, mesmo que menos impressionante ao saber que não foi um oner de verdade, e sim gravado em 3 dias com cortes invisíveis. Também gostei muito do episódio The Golden Globes, que com certeza foi o que rendeu para Zoë Kravitz sua indicação a Melhor Atriz Convidada, e teve a aparição do queridíssimo Adam Scott. Uma piada que se desenrola neste episódio me lembrou muito de uma primeira sessão que rolou na FAAP ano passado (obrigada Brenno Batata).


Minha única ressalva desta série foi que em um episódio eles mencionam brevemente a possibilidade de utilizar animação de IA para agilizar a produção, com uma conotação negativa, como fica claro ao final do episódio com a revolta dos fãs, mas me deixou com um gosto ruim na boca de ter servido apenas como punch line ao invés de desenvolver uma discussão mais interessante. E ter visto o rosto harmonizado do Zack Efron, apesar que isso iria acontecer eventualmente. De resto vale muito a pena!


Trailer de The Studio

E quem provavelmente vai levar a estatueta de comédia (de novo)

Hacks, da HBO Max, mais uma vez teve uma temporada estrondosa. Conseguiu superar a passada, que levou um monte de prêmio. Contando a sinopse brevemente, a série é sobre Deborah Vance (interpretada pela indicada e vencedora de edições anteriores a Melhor Atriz, Jean Smart), uma veterana do stand up que decide decolar sua carreira novamente, desta vez com a jovem roteirista Ava (interpretada pela indicada a Melhor Atriz Coadjuvante Hannah Einbinder) que se torna sua pupila. É maravilhosa a química das duas, especialmente quando elas brigam. O contraste entre uma lenda da comédia que está na melhor idade e uma novata millenial toda politicamente correta é perfeita.


Anteriormente, a dupla e sua equipe estavam na luta para conseguir realizar o sonho de Deborah: ser apresentadora do Late Night Show. Elas conseguiram, mas o clima entre as sisters fica tenso quando Ava decide chantagear Deborah para conseguir o cargo de chefe de roteiro.


O desenrolar da temporada é bem interessante para todos os lados, inclusive para outros personagens secundários. Mas o que chama mais atenção são as críticas contra a censura dos engravatados que tem se tornado cada vez mais comum. Contando com o mínimo de spoilers possíveis, Deborah é pressionada pelo chefe da emissora a convidar um ator que está fazendo sucesso, mas que havia sido cancelado com razão por motivos horríveis. Ava até convence Deborah de fazer perguntas relevantes sobre o assunto, mas o chefe manda cortar este trecho da entrevista. A jovem fica irritada, desabafa com um ex-colega que decide publicar sobre, o que leva o chefe a mandar Deborah demiti-la. Censura.


O mais bizarro foi meses depois do lançamento desta temporada ver algo parecido acontecer com o The Late Show do Stephen Colbert. A algum tempo atrás, a Paramount (dona da CBS, a emissora do programa) pagou para o Presidente Trump 16 milhões de dólares como acordo do processo por conta das entrevistas de 2024 que ele e Kamala Harris deram para o programa 60 Minutes (você pode ler mais sobre o caso aqui). Colbert, obviamente, comentou, criticou e fez piada, já que a situação como um todo é ridícula e vergonhosa (você pode ver o trecho aqui). 3 dias depois, o próprio apresentador deu a triste notícia que esta vai ser a última temporada e que a emissora encerrará o programa como um todo em maio de 2026.


De todas as séries de comédia indicadas, Hacks é uma das mais conectadas com o momento atual, e somando ao fato de que a emissora do Emmy é a CBS, a vitória deve ir para elas, se não for está errado. Mesmo se o estado do mundo não fosse esse, esta é de longe a série mais forte entre as indicadas, com uma mensagem poderosa, muito bem trabalhada e, claro, muito engraçada. A cada temporada a história fica mais interessante, e eu não vejo a hora de ver o que aguarda minhas queridas para a próxima temporada.


Trailer da quarta temporada de Hacks

Finalizando com a categoria menos apreciada da TV

Minha torcida na categoria de animação é Arcane. Em minha opinião, é a série mais forte da Netflix de tempos recentes, ela é pura arte. Sobre a segunda temporada confesso que fiquei um pouco perdida pois não lembrava de muita coisa da primeira, mas sinceramente, eu só estava assistindo pela animação bonita. E pelo Viktor.


Trailer de arte

Por hoje é só, peço perdão pela demora. Desde que comecei a trabalhar na parte de produção agora em julho, o tempo livre ficou reservado para dormir e não pensar muito, só consegui mais tempinho na última semana e no final de semana fiquei doente. Se tudo der certo vou lançar uma edição extra no meio do mês com assunto similar, vamos ver o que agosto traz para nós de novidade.


Comentários


bottom of page